Ah, se não fossem os meus caracóis. Eu me sentiria um ser
liso, menos crespo. Mais introspectiva menos espalhafatosa. Mais risos sutis,
menos gargalhadas escancaradas. Mais divisível, menos singular. Seria um
espécime de dentro de um mundo em que as palavras se norteariam por direitos,
menos por esquerdos.
Ah, se não fossem os meus caracóis. Saracotearia por aí de
salto alto, terninho e me intitularia doutora. A tal da Amanda tomaria conta do
pedaço. As pessoas do asfalto me tratariam com certa reverência. A
verticalidade se circundaria sobre mim e a horizontalidade que os meus caracóis
perseguem se desmancharia.
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