Tu arranhaste-me por completo, deixaste marcas em cada canto e foste sem bater a
porta. Estraçalhada fiquei ao me ver absorvida por um sentimento descontínuo.
Desses que provocam dor, sem nem se ver escorrer sangue. Calor sem estar perto
de fogo.
Tu
embaralhaste tudo o que estava aqui dentro tão perfeitamente organizado. Eu
ávida por percorrer as linhas cartesianas que eu supunha a vida me oferecer.
Por que me atropelaste e me deixaste torta? Criei tantos mundos contigo, mas
eles não tinham fundos. Me vi num beco beirando a fétida desordem dos embriagados.
Quando me
olhei no espelho, me dei conta e gritei:
- Chega de
drama, para de falar na segunda pessoa! Acaba com essa pieguice desmedida!
Segue tua vida e não consulte livros de autoajuda, pois eles muito atrapalham. E
tenho dito!
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