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Colocar pontos de interrogação
em posicionamentos firmes não é tarefa fácil. Destroçar verdades quase
intocáveis é deixar o interlocutor sem chão. Apontar caminhos pode ser visto
como presunção. Debater de forma crua, sem muitos floreios, desperta a
agressividade alheia por um lado, e por outro pode acuar os convivas. No
decorrer da caminhada em que essa ausência de questionamentos ocorre, vamos
consolidando o laço com aqueles que pensam de maneira semelhante. E, quando nos
damos conta, estamos a debater em círculos, reafirmando nossos posicionamentos
sobre tudo e todos. Isso porque é mais confortável. Sair da caixa dos comuns é “perigoso”,
pois a divergência pode corroer o ego.
Com o tempo passando
a galope, parece que corremos mais e mais para alcançar a linha de chegada do
pensamento uniforme. Sem perguntarmos os porquês de estarmos correndo naquela
direção. A crítica destrinchadora passou
a ser artigo de luxo, para quem quer ouvi-la. Ao nos filiarmos a determinadas
formas de ver o mundo, passamos a rejeitar qualquer forma de argumento que
possa desestabilizar aqueles conceitos cultivados no decorrer de uma vida. Com
isso nos amalgamamos em esferas do pensar, sem indagar. Pasteurizamo-nos em
grupos marteladamente esquematizados.
Em tempos de
julgamentos e eleições decisivos na República (das Bananas? Ou já podemos dizer
Federativa do Brasil?), vemos que quem diverge, em certa medida, é escorraçado.
O Mensalão está aí. Traduz uma forma de fazer política no Brasil. Uma política
mercadológica em que a ideologia é comprada por dinheiro vivo. Não nos
esqueçamos da compra de votos, durante o governo Fernando Henrique Cardoso também,
em que foram negociados inúmeros votos de parlamentares a favor da reeleição
para cargos do Poder Executivo – Presidente da República, Governador de Estado
e Prefeito. Pena que naquele período, tínhamos um “Engavetador” Geral da
República, que fazia vistas grossas.
Atualmente, nessa
trajetória da formação de um senso crítico, creio eu, mais apurado, estamos
vendo um julgamento em que a punição a esse tipo de fazer política está sendo
realizado. Ou seja, quem sabe a partir daí haja uma política menos de compra e
venda de votos e mais uma política do debate de opiniões que reflita a
complexidade desse país continental. Como
observamos, a compra de votos permeia todos os partidos, do PT ao PSDB. Depois
do julgamento do mensalão do PT, que venham os demais: mensalão do PSDB de MG,
o mensalão do DEM do DF, Daniel Dantas e por aí vai.
Desfazer essa forma
de fazer política é consolidar a democracia, para tanto uma Reforma Política se
faz necessária. O país merece. Nós merecemos. E que o debate venha para
problematizar esse modo “toma lá, dá cá” de se fazer política.
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